24/11/2022
10:40:36
Brasil e inflação é uma história antiga e que não traz muitas boas lembranças para a maioria da população. Alimentos caros, combustível caro, imóveis caros e até mesmo falta de produtos nas prateleiras dos supermercados já aconteceram diversas vezes, mas afinal, o que é a inflação? E como ela impacta o seu bolso?
Inflação nada mais é do que o aumento contínuo e generalizado do nível de preços e de bens e serviços.
Essa é a definição mais “teórica”, na prática, inflação é quando você vai no mercado e percebe que houve um aumento não temporário em vários produtos. Ou seja, uma variação de curto prazo de alguns produtos não implica necessariamente em inflação, como muitas pessoas acreditam.
Para ser considerada “inflação”, esse aumento do nível de preços deve ser contínuo e generalizado.
Então sabe as moedas que você carrega no seu bolso? Pois é, elas perdem poder de compra com o passar do tempo.
Hoje, o Brasil tem vários índices de preços, o mais utilizado é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O Banco Central, por exemplo, utiliza do IPCA como índice no sistema de metas para a inflação.
Ela pode ter várias causas, sendo cada uma delas diferentes entre si. Como por exemplo:
A preção de demanda acontece quando o país começa a crescer num ritmo acima da capacidade equilibrada, isso aumenta a demanda por bens e serviços acima da capacidade de produção do país e consequentemente os preços sobem.
Um exemplo disso é um carrinho de pipoca em uma rua pouco movimentada que, de uma hora pra outra, aumenta o fluxo de pessoas. Como você não conseguisse produzir tanta pipoca para todos, o preço tende a subir.
As pressões de custos geralmente têm a ver com o preço das commodities necessárias para a produção de um bem.
Pensa naquele carrinho de pipoca, se o preço do milho e do óleo subir, muito provavelmente o pipoqueiro vai repassar esse custo para o consumidor. Afinal, ele quer manter a margem de lucro dele e ninguém trabalha de graça.
Talvez você não saiba, mas existe um órgão aqui no Brasil que determina as taxas de juros do país, o nome desse órgão é COPOM (Comitê de Política Monetária) e faz parte do Banco Central.
Quando ele mexe na taxa de juros, ele também interfere também na expectativa do mercado em relação à economia.
Por exemplo, juros mais baixos estimulam as pessoas ao consumo, já que agora os bancos reduzem as taxas de empréstimo e aumenta-se a demanda. Juros mais altos estimulam as pessoas a guardar dinheiro e isso diminui a demanda por bens e serviços.
No caso de juros mais baixos, aumenta-se a demanda por bens e serviços e os preços sobem.
Antes de mais nada, você já tomou suco de laranja concentrado e precisou adicionar água para que ele não fique tão forte?
O que aconteceu com o nosso dinheiro é a mesma coisa.
O aumento da base monetária é a expansão da moeda sem lastro, ou seja, o volume de dinheiro criado pelo Banco Central.
Quanto mais dinheiro tem na economia sem lastro, ou seja, sem uma “garantia” por trás, menor o nosso poder de compra e menos valor o nosso dinheiro tem.
Dessa forma, “imprimir dinheiro” não ajuda de forma sustentável a população, é como se você pegasse esse suco de laranja e colocasse muita água pra pouco suco – ele perde valor.
Sabe essa inflação de demanda e de custos que eu falei? Se ela durar muito tempo, cria-se uma “constância” para a continuidade da inflação. Por isso o nome inércia, é como se a inflação passada afetasse a inflação presente e futura da economia.
Esse tipo de inflação pode ser causada por vários fatores, mas geralmente ela se mantém quando as pessoas não confiam mais no Banco Central ou acreditam que a inflação vai subir no futuro.
Eu queria dizer para vocês que é bem simples entender as consequências da inflação, mas isso não é totalmente verdade.
Diversos economistas diferem na hora de entender as suas consequências, alguns à enxergam de forma positiva e outros entendem ela como um mal criado pelo governo.
Mas o fato é: sua maior consequência é a perda do poder de compra da nossa moeda.
Se você já tem uma certa idade, deve se lembrar de quanto pagava na infância por uma latinha de Coca Cola.
A verdade é que, de lá pra cá, uma dessas duas coisas deveriam acontecer:
Isso se chama inflação – não são apenas os produtos que ficam mais caros, muitas vezes, é o nosso dinheiro que vale menos.
Dito isso, algumas das principais consequências da inflação são:
Sabe quando você investe em um título da renda fixa que vai te dar um retorno de 10% ao ano? Na verdade, esse é o retorno nominal. Desse retorno precisamos descontar a inflação.
Por exemplo, um rendimento de 10% e uma inflação de 6% gera um retorno real, descontando a inflação, de 3,77%.
Esse retorno ainda é real, porém, caso a inflação seja de 12% ao ano, a rentabilidade real foi negativa. Na prática, você perdeu dinheiro.
Uma das formas de diminuir a inflação é aumentando as taxas de juros de um país.
Porém, o grande problema é que, quanto maior as taxas de juros de um país, maior vai ser a dívida pública, já que ela está atrelada a essa taxa.
Além disso, as incertezas associadas a inflação não só dá população, mas também de investidores interacionais, fazem com que se inclua um prêmio de risco, afetando ainda mais o custo dessa dívida.
A inflação afeta fortemente a parcela mais humildade da sociedade. Essa parcela, que não tem acesso aos instrumentos financeiros necessários para se proteger, acaba não tendo sua remuneração acompanhada pela inflação e que veem seus gastos básicos, como comida, aumentarem.
Com o aumento generalizado do nível de preços, negociações e contratos financeiros precisam ser revisados constantemente.
Em casos mais graves a tarefa simples de entender se o preço de um bem é caro ou não se torna uma tarefa cada vez mais complicada.
Bom, acho que você já entendeu o que é inflação e o porquê ela impacta o seu dia a dia, mas será que tem como proteger o meu dinheiro?
Spoiler: tem sim, na verdade, existe mais de uma maneira.
Sabe os bens e serviços que ficam mais caros com o tempo por conta da inflação? Bom, eles são vendidos por empresas.
A latinha da Coca Cola, por exemplo, foi corrigida pela inflação, isso fez com que a receita da empresa também fosse corrigido pela inflação.
Dá mesma forma que imóveis também tendem a ser corrigidos pela inflação no longo prazo, beneficiando tanto imóveis físicos como fundos imobiliários.
Se você quer investir em ações, você tem basicamente 2 opções:
E se você não faz a mínima ideia de como investir, relaxa que eu trouxe uma solução:
Durante toda a minha jornada eu conversei com diversos gestores e investidores do mercado financeiro, alguns deles os maiores do planeta, como o Howard Marks e Ray Dalio, e eu cheguei a uma conclusão:
A melhor forma de se investir pensando no longo prazo e uma minimização de riscos, é criando uma carteira de investimentos diversificada. Daí surgiu a ARCA:
A ARCA é uma metodologia de investimentos que divide o meu patrimônio em 4 partes:
Mas sabe qual foi o problema? É muito difícil de montar tudo isso sozinho.
Por isso, pensando em simplificar a vida do investidor, eu abri um Fundo de Previdência que segue a metodologia da ARCA – é o Fundo de Previdência Arca Grão FIM CP.
A metodologia da ARCA vai diversificar o seu patrimônio e pode te proteger de desvalorizações de longo prazo do seu dinheiro. Se você acredita que faz sentido pra você esse tipo de investimento, dá uma olhadinha 😉
Quando falamos de renda-fixa, existem uma série de títulos diferentes que muitas vezes complicam a vida do investidor. Por isso, trouxe um resuminho pra vocês de como funciona a renda fixa e o porquê ela pode te proteger da inflação:
Na renda-fixa sempre vão variar 2 coisas:
– Pode ser uma taxa que pode mudar ao longo do tempo, é o caso do pós fixado, como a Selic ou o CDI.
– Uma rentabilidade definida na hora do investimento, que é o caso do pré-fixado.
– Ou um investimento híbrido, que usa uma taxa fixa mais a variação de um indicador, como é o caso do título IPCA+, que corrige pela inflação medida pelo IPCA.
O ponto é que, se você quer se proteger da inflação, nada mais justo do que investir em títulos da renda-fixa que tem indexadores que seguem a inflação, como é o caso do Tesouro IPCA+.
No Tesouro IPCA+ a sua rentabilidade é a mistura da inflação mais uma taxa fixa.
Só um parênteses aqui, não se assuste caso você compre um título IPCA+, a inflação subir e o seu título se desvalorizar, isso é efeito da marcação a mercado.
Claro que isso não significa que você não vai receber o seu rendimento corrigido pela inflação, mas, caso decida vender o título antes do vencimento, ele pode estar com o preço diferente do preço de compra.
Primos, essas são as três formas mais simples de se investir e proteger a sua grana. lembrando que existem outros investimentos como o Ouro que também podem te proteger da inflação 🙂